Localização: Pirenópolis – GO
Período de restauração: Março/1996 a março/1997 (1ª etapa) | Julho/1997 a maio/1999 (2ª etapa)
Data de construção: 1732 a 1770
Uso atual: Templo religioso
Obras de restauração: Arquitetônica e artística
Características Gerais
Em 1732 iniciou-se a construção do corpo da Igreja Nossa Senhora do Rosário, terminada quatro anos depois. A rapidez da construção e as dimensões monumentais do edifício demonstram a riqueza da cidade de Meia Ponte durante o apogeu da mineração.
Concluídas essas obras, iniciam-se os trabalhos de acabamento, que se arrastaram por mais de três décadas: em 1758, foi colocado o assoalho da capela-mor e, em 1761, foi construído o retábulo do altar-mor. Em 1766, foi contratado Reginaldo Fragoso de Albuquerque para fazer a pintura do frontispício do altar-mor.
Em 1814 a decadência das minas goianas e o empobrecimento da cidade se refletiam em sua matriz sendo que, em 1832, já se falava da urgência em se fazer reparos na igreja. Não tendo sido tomada nenhuma providência, o telhado ruiu em 1838, desabando sobre a arcada do altar-mor. No mesmo ano, graças a uma subscrição popular que, para tanto, arrecadou 3.195 contos de réis, iniciam-se os trabalhos de recuperação da igreja, que em 1842 passou a adquirir a feição atual.
Em março de 1996, teve início a restauração arquitetônica e artística da Igreja Matriz. Foi feita a recuperação dos pisos e dos forros de madeira e a colocação de pedras de Pirenópolis nos pisos das torres e da escada que dá acesso à sacristia.
A cobertura foi totalmente revisada, as paredes estruturais foram submetidas a um processo de estabilização e consolidação, foram realizados os trabalhos de restauração das colunas de sustentação do coro; os forros da capela, dos altares e do arco cruzeiro; a pintura parietal da capela-mor.
Posteriormente, em 1997, foi feita a instalação, no altar-mor, de porta de arreia; o rearranjo dos balaústres do coro e do corrimão da torre sineira; a colocação de escada na torre; a recuperação da sala abaixo do altar-mor; a execução de réplicas de 30 bancos, em estilo colonial.
Resumo das Obras
1ª Etapa
Em março de 1996, teve início a primeira etapa da restauração arquitetônica e artística da Igreja Matriz. Primeiramente, além dos projetos de instalações elétricas, iluminação, sonorização, antifurto, foram executados os trabalhos de demolição e remoção de componentes e elementos (pés de esteios, telhados, forro da nave, revestimentos, pinturas etc.) comprometidos pela ação do tempo e pela deficiência de manutenção. Em seguida, foi feita a higienização e a recuperação total dos pisos e dos forros de madeira e a colocação de pedras de Pirenópolis nos pisos das torres e da escada que dá acesso à sacristia.
A cobertura foi objeto de revisão total, com os procedimentos de substituição ou lavagem das telhas e bicas existentes e a aplicação de manta impermeabilizante entre as ripas e os caibros. Foi feita, ainda, a recuperação das esquadrias, com a restauração das peças danificadas.
As paredes estruturais foram submetidas a um processo de estabilização e consolidação, por meio de reforços com tijolos de barro, ao longo de toda a estrutura de madeira e dos pilares internos, e da fixação de telas de estuque, ao longo de toda a argamassa da fachada principal.
Além da pintura geral das paredes externas e internas, todas as peças de madeira – estruturais e de acabamento (dentre corrimão, balaústres, altares, esquadrias, forros e pisos) foram devidamente imunizadas e protegidas com seladores e esmaltes apropriados.
Dando cumprimento aos projetos específicos, a igreja foi dotada de novas instalações elétricas e de sonorização, para-raios e extintores de incêndio (especificados em conformidade com as normas vigentes).
Encerrando essa etapa, foram realizados os trabalhos de restauração de bens integrados como: as colunas de sustentação do coro; os forros da capela, dos altares e do arco cruzeiro; a pintura parietal da capela-mor. Da restauração do retábulo lateral (lado da epístola) constaram, dentre outros serviços: a limpeza ou fixação da policromia e douramento; o mapeamento e desmonte do coroamento; a higienização, imunização e refixação das peças deslocadas; a avaliação e o tratamento da estrutura, da mesa do altar e da vitrine; e o entalhe de peças.
Um dos momentos mais interessantes dessa etapa da obra, ocorreu durante os trabalhos de prospecção das paredes da capela-mor. Nesse lugar, foram descobertos três barrados sobrepostos, remanescentes de restauros anteriores. Dentre esses, foi escolhido um, que mais se harmonizava com os elementos artísticos da capela-mor, para ser devidamente restaurado.
2ª Etapa
Nessa fase, iniciada em junho de 1997, foi feita a complementação dos serviços de restauração arquitetônica, dentre os quais: a instalação, no altar-mor, de porta de arreia; o rearranjo dos balaústres do coro e do corrimão da torre sineira; a colocação de escada na torre; a recuperação da sala abaixo do altar-mor; a execução de réplicas de 30 bancos, em estilo colonial, para missa e o agenciamento externo com a execução de grades de madeira no entorno próximo à igreja.
Dando seguimento aos trabalhos, essa fase das obras contemplou, sobretudo, a recuperação artística das seguintes partes: capela-mor (forro, cimalhas, portas, molduras e pinturas parietais); retábulo colateral São Miguel (lado da epístola), retábulo colateral São Miguel (lado do evangelho); retábulo colateral Santana (lado do evangelho); retábulo-mor; arco cruzeiro.
Os elementos acima especificados sofreram um processo de higienização; substituição de peças danificadas; revisão estrutural; limpeza e fixação de policromia e douramento; reintegração cromática. Foram também objeto de higienização, limpeza, policromia e aplicação de verniz de proteção, o lavabo da sacristia, a pia de água benta, a pia batismal e o barrado da escada da sacristia.
Nas dez imagens do acervo da matriz – São João, São José de Botas, São Miguel Arcanjo, N. Sª. do Rosário, N. Sª. do Rosário dos Pretos, N. Sª. do Bom Parto, São Francisco de Paula, Santo Emídio, São Benedito e São Bento – foram realizados trabalhos de higienização, desinfecção, imunização, consolidação de suporte, obturação de trincas e galerias, nivelamento, reintegração cromática e fixação de policromia.
Foram devidamente recuperados, ainda, os bens móveis integrados, tais como: o relógio, o sino maior, os balcões e arcais e os bancos.
TODOS OS PORTFÓLIOS